Infelizmente (e digo isso com profundo pesar) a Umbanda é uma religião que não conseguiu se organizar internamente. Isto quer dizer que não se pode confiar que o terreiro em vista será bom simplesmente pelo fato de se dizer umbandista... É preciso conhecê-lo, sondá-lo, avaliá-lo para, enfim, saber se de fato é uma boa casa ou não.Apesar de ser uma pena falar esse tipo de coisa, é também uma realidade (pelo menos, do meu ponto de vista) e não podemos ignorar a realidade em nome de uma visão ideal de mundo e de religião!
Costumo dizer que 50% dos terreiros estão perdidos, isto é, as pessoas não sabem bem o que fazem... Suas práticas são um misto de superstição e desconhecimento, sempre com afirmações absurdas, sem fundamento e, frequentemente, potencialmente nocivas. São casas que pegam pela vaidade ou pelo medo...
Do montante seguinte, 25% são terreiros bons, capazes de realizar bons trabalhos espirituais, de prestar um auxílio genuinamente fundado na caridade, porém, sofrem sérios problemas estruturais: desconhecimento do próprio culto, práticas estranhas, ambiente hostil, desarmonia interna... Em suma, conseguem trabalhar relativamente bem, mas vivem cheios de problemas e crises internas que dificultam a permanência de pessoas sérias e compromissadas em suas fileiras.
Finalmente, os 25% restantes são terreiros sérios, firmes, fundamentados, com apoio da espiritualidade, capazes de realizar trabalhos notáveis, auxiliar em casos complicadíssimos, estando plenamente preparados interna e externamente à realização de suas atividades. Não são perfeitos (pois não existem terreiros perfeitos), mas são terreiros firmes e confiáveis, independentemente da doutrina ou vertente praticada.
Eis – em meu ponto de vista – o retrato atual da Umbanda no Brasil de forma nua e crua e esta estatística foi desenvolvida com base em conversas que mantive com pessoas de todo o Brasil nos últimos anos. Talvez haja quem discorde (ok, compreendo), mas é exatamente assim que vejo os terreiros de Umbanda atualmente.
Portanto, segue uma sugestão: quem está numa boa casa, segure com força a sua vaga!
Leonardo Montes
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