O Popular - Wildes Barbosa
No dia 10/07, a justiça de Goiás condenou o médium João Teixeira de Faria (João de Deus) a 99 anos de prisão por estupro de vulnerável em decorrência dos abusos que praticou durante vários anos na instituição que dirigia. Segundo a matéria, somando-se todas as condenações, chega-se a 370 anos de prisão (alguns espíritos dizem que as condenações terrenas – quando justas – continuam a ser contadas no Mundo Espiritual).
Confesso que nunca estive muito por dentro do trabalho deste médium que sempre ouvi falar pelas matérias que eventualmente passavam na televisão. No entanto, quando o caso explodiu, muita gente me perguntou: e como a espiritualidade não interveio?
Eu sempre respondo que, muito provavelmente, interveio, sim. Os bons espíritos estão sempre dispostos a nos orientar, a mostrar o bom caminho, no entanto, jamais podemos esquecer que temos liberdade para construirmos nosso destino e que o peso das nossas ações recai única e exclusivamente sobre nós mesmos.
O curioso é que já conversei com uma pessoa que jurou ter sido curada por ele e chegou mesmo a trabalhar alguns anos a seu lado, nunca tendo visto qualquer atitude que o desabonasse...
Se tivesse que arriscar uma hipótese, diria que ele começou como começam todos os médiuns: com boa-vontade e desejo sincero de ajudar. Porém, em algum momento, acabou se perdendo, repetindo erros que deve ter cometido em outras existências, algo lamentável...
Seja como for, o que podemos tirar deste caso é o alerta: não existem trabalhos espirituais que envolvam natureza sexual! Apesar de óbvio, é um alerta que precisamos frisar, pois já conversei com muitas pessoas que passaram por coisas semelhantes e, por isso, vou resumir um caso real.
Há alguns anos, uma moça me procurou com uma dúvida cruel: ela visitou um terreiro com uma amiga e o dirigente disse que precisaria fazer um trabalho de natureza sexual para que sua vida fluísse. A proposta era a seguinte: deveria manter relação sexual com ele (incorporado com o exu) e o trabalho seria feito através das energias sexuais (blá, blá, blá).
O impressionante é que quando a moça me procurou, apenas o fez porque queria confirmar se realmente existiam trabalhos desta natureza. Orientei-a como pude e espero que não tenha caído na conversa deste tranqueira que queria, simplesmente, aproveitar-se de sua fragilidade para seu próprio prazer.
Se você pensa que este tipo de coisa não é muito comum, veja este caso recente.
Investigação de vida após a morte
Recentemente, o NUPES (Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde), da Universidade Federal de Juiz de Fora, publicou um livro chamado: Ciência da Vida Após a Morte, uma revisão de casos sugestivos de reencarnação através da ótica de cientistas e pesquisadores brasileiros.
Não li o livro, mas aproveito a oportunidade para fazer duas indicações de obras que já li: 20 casos sugestivos de reencarnação, de Ian Stevenson e O Amor me Trouxe de Volta, de Carol Bowman (este último me emocionou diversas vezes). Para quem curte o assunto de uma perspectiva mais investigativa, vale a pena!
Preso homem que incendiou terreiro
No dia 21/06/2023, um terreiro de Umbanda localizado na cidade de José de Freitas (PI), foi incendiado. A motivação do crime, segundo a polícia, foi intolerância religiosa. No dia 10/07, homem suspeito de ter começado o incêndio foi preso pela polícia da cidade.
Eu disse na primeira edição desta coluna que veríamos (infelizmente), muitas notícias policiais e está aí mais uma que confirma a dura realidade que muitos terreiros de Umbanda enfrentam em nosso país.
É curioso que durante tanto tempo se tenha dito que o Brasil seja um país tolerante, no entanto, a realidade é bem diferente disso.
Nos próximos anos, infelizmente, veremos ainda mais casos assim, pois os que nos elegeram como inimigos estão cada vez mais ousados, falando abertamente sobre como desejariam nos varrer da face da Terra e isto, quando cai em ouvidos amalucados, certamente produz este tipo de comportamento lamentável...
Dirigente de terreiro confessa assassinato
No dia 03/07/2023, um homem de quarenta anos foi morto em casa na cidade de Toledo (PR). Seu carro, televisão e celular foram roubados. O corpo foi desovado numa plantação de milho e, por uma ligação anônima, encontrado pela polícia. Após investigação, a polícia prendeu um suspeito que, durante o interrogatório, disse ser dono de um terreiro de Umbanda, confessando que assassinou a vítima que frequentava a casa por desavença.
Espantoso, não? Dono de um terreiro, matou um frequentador do seu terreiro, roubou o carro e outros pertences... Agora, imaginem que maravilha deve ser o terreiro deste sujeito?
Há algum tempo publiquei uma opinião que causou alguma controversa. Nela, afirmo (com base em anos de experiência e diálogos através da internet), o seguinte quadro: 50% dos terreiros de Umbanda são desestruturados, terreiros ruins com práticas estranhas e até mesmo nocivas, contrárias a tudo que a Umbanda prega. Outros 25% são terreiros razoáveis, isto é, conseguem fazer um bom trabalho espiritual, porém, vivem em crises diversas em razão de problemas que vão de falta de disciplina a desavenças e, por fim, os outros 25% são terreiros que, longe de serem perfeitos, conseguem fazer um bom trabalho, construíram um referencial sério e atuam conforme os princípios fundamentais da religião.
Por ser em maior número, os terreiros ruins geram sempre as notícias mais escabrosas possíveis de tal forma que não me surpreende nem um pouco que muitas pessoas simplesmente se neguem a acreditar que algo de bom possa vir da Umbanda...
Claro, elas estão erradas, porém, não erram sem motivo: o que existe de gente dentro da própria religião fazendo M3rd4 é uma coisa impressionante mesmo... O problema é que quando um indivíduo deste comete um crime, ele não joga apenas a própria vida no lixo, mas leva consigo parte da reputação da religião...
Leonardo Montes
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