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Imagem da Wikipédia |
É relativamente comum encontrarmos imagens de exus que mais parecem saídas de um filme de terror: pele vermelha, olhos vermelhos, dentes de vampiro, rabo, casco nos pés, etc.
Nada disso representa o que de fato são.
Porém, tais estereótipos estão tão profundamente arraigados no imaginário popular que, certa vez, uma pessoa me disse ter visto um Exu Caveira. Perguntei-lhe como era e ela o descreveu como um esqueleto ambulante (literalmente).
Entidades não são esqueletos... São pessoas, como eu e você, afinal, era isso que eles eram antes da desencarnação. Claro que os exus podem, eventualmente, assumir uma aparência assustadora para amedrontar entidades zombeteiras, contudo, eles não se pareceriam, nem de longe, com as imagens vendidas nas casas de artigos religiosos...
Eu já vi alguns exus e todos os que vi eram, absolutamente, como nós. Sequer usavam qualquer tipo de roupa exótica... Passariam desapercebidos na multidão com aparências absolutamente típicas de homens comuns.
No entanto, qual a razão das imagens vendidas com esta aparência? Provavelmente, isso remonte à chegada dos portugueses na África e às representações que lá existiam de Exu (Orixá) e que foram associadas pelos estrangeiros à figura do diabo.
Posteriormente, no contexto da Umbanda, os exus (entidades) também foram compreendidos, a princípio, como entidades malignas, desordeiras e isso justificava todo tipo de associação bizarra, como as que encontramos nas pinturas e imagens de gesso.
No entanto, o tempo passou e hoje sabemos muito mais (e melhor) sobre o trabalho destas entidades, de maneira tal que essas representações diabólicas não fazem o menor sentido e, em minha opinião, deveriam deixar de existir.
Contudo, é preciso lembrar que vivemos num mundo que segue uma lógica bastante simples: vende-se aquilo que tem quem compra... Logo, para que tais imagens desaparecem do mercado é preciso que não sejam mais adquiridas, o que só pode ocorrer com ampla conscientização do próprio meio umbandista.
Leonardo Montes
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