Dirigente em terreiro alheio é consulente



Existe uma situação estranha que eventualmente ocorre nos terreiros: dirigentes ou médiuns que se julgam muito experientes e que comparecem às giras de outros terreiros não para receber passes ou consultas, mas para que eles mesmos deem passes ou consultas, às vezes para o médium, outras vezes, para o guia...


Quem é que pode pretender dar um passe num preto-velho? 


O que ocorre nestes casos é que tais pessoas se julgam por demais sabedoras, experientes, mestres no universo da Umbanda; porém, na realidade, o que se passa é o oposto, pois são vaidosos cegos pelo próprio ego.


Se isto acontece com médiuns menos experientes, estes naturalmente se desequilibram, por vezes, cortam o transe, porque ficam inseguros diante do inusitado. Mas, se isto acontece com médiuns mais experientes e calejados, estes naturalmente se apassivam ainda mais para que a entidade faça o que precisa ser feito nestes casos: colocar a pessoa em seu devido lugar, com carinho, mas com firmeza.


É preciso não esquecer que quem age assim é alguém perturbado emocionalmente (e não raro) espiritualmente, carente e que deseja chamar a atenção fazendo da espiritualidade o falso manto de iluminação com que procura se esconder de si mesmo... 


Por isso é preciso brandura, mas também, firmeza.


Dirigentes ou médiuns experientes são os primeiros a reconhecer a espiritualidade do outro, seja outro dirigente, outro médium ou outro terreiro. Não visitam outras casas para ficar testando os médiuns ou para apontar defeitos e, muito menos, para dar passes ou querer aconselhar as entidades que são mestres na ciência em que ele não passa de uma criança em alfabetização espiritual.


Leonardo Montes  

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