Iniciada a caminhada mediúnica, o médium experimentará muitas dúvidas, tristezas e alegrias. Como dito no capítulo anterior, cada nova oportunidade de trabalho e aprendizado será um fator que enriquece o nosso espírito.
Contudo, isso também
passará.
Com o correr dos anos, tudo
que era novo e empolgante se tornará rotina. O médium perceberá que a queixa
dos consulentes serão quase sempre as mesmas, as orientações de seus guias para
os problemas apresentados serão quase sempre os mesmos (tendemos a pensar que
somos únicos, seja em nossas virtudes ou problemas, mas isso não é verdade) e,
com a rotina, vem o desânimo.
O desânimo será o primeiro
companheiro do médium. Depois, virão também os julgamentos dos companheiros, as
decepções consigo mesmo e com os outros, as dificuldades da vida, as
incompreensões familiares e, principalmente, a solidão.
Lidar com tudo isso não é
tarefa fácil, porém, algo inevitável e, cedo ou tarde, todos passam por isso,
às vezes, mais de uma vez.
Entretanto, ao lado de dores
e desafios, o médium também experimentará novas recargas de fé e ânimo, seja
num feedback estimulante, seja num fato mediúnico marcante: as entidades sempre
se esforçam para que o médium não esmoreça na caminhada.
E é por tudo isso que manter
a chama acesa (chama do ânimo, da esperança, da confiança e da fé), se mostra
uma tarefa tão árdua, porém, necessária...
Após anos e anos de
trabalho, a mediunidade tende a ficar cada vez mais solidificada. O médium
tende a se tornar mais confiante em si mesmo, na espiritualidade, na vida, em
Deus.
Os atendimentos espirituais
por seu intermédio ficarão mais firmes, confiáveis, profundos e isso insere o
médium numa escola nova de espiritualidade sobre a qual enriquecerá o seu
próprio espírito com ensinamentos e experiências que boa parte das pessoas
não-médiuns sequer sonhariam ser possível...
Contudo, aproveitar essa
experiência é tarefa de cada um. Ao lado dessas possibilidades, devo
testemunhar que também já vi médiuns com décadas de vivências continuarem tão
imaturos como quando começaram... O aprendizado chega para todos, mas a
absorção depende de cada um...
Ao longo de uma vida inteira
dedicada a caridade e ao bem, quantas pessoas seriam beneficiadas? Milhares,
certo? Essa é a beleza da mediunidade: mesmo sendo instrumentos imperfeitos,
podemos ser úteis na edificação de um mundo melhor, a começar por nós mesmos.
Por esta razão, encerro este
livreto com algo que sempre ouvi do Velho: Um dia, quando a morte houver
chegado para todos, nos reuniremos, médiuns e seus guias, debaixo de uma
frondosa árvore em Aruanda, quando então relembraremos os dias de luta na
Terra, erros e acertos e daremos graças a Deus por mais uma oportunidade de
trabalho vencida, aguardando a inspiração do alto para as novas tarefas que nos
aguardarão.
Neste dia, celebraremos.
Fim.
Deixe um comentário
Postar um comentário
Os anos de internet me ensinaram a não perder tempo com opositores sistemáticos, fanáticos, oportunistas, trolls, etc. Por isso, seja educado e faça um comentário construtivo ou o mesmo será apagado.