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Há muito tempo, recebemos no terreiro uma
senhora que parecia muito debilitada. Estava magra, pálida, pisava torto, tinha
um braço sempre junto ao corpo e seu pescoço pendia para o lado esquerdo.
Cada médium aquela noite sentiu uma estranha e
negativa vibração no ar. A concentração foi difícil, a incorporação, mais
ainda. Os pretos-velhos vieram, as pessoas foram atendidas e aquela senhora
ficou para o final.
A preta-velha que comandava os trabalhos
posicionou alguns médiuns em locais específicos e logo passaram a receber
entidades inferiores, vociferantes, habitantes das trevas mais profundas...
Terminada a onda de manifestações, desceu o caboclo-chefe
que passou a dar passes na enferma. Gradativamente, o aspecto fisionômico da
senhora foi se modificando. O braço e a perna voltaram ao normal e, na sequência,
o pescoço.
Terminado o passe, o caboclo disse que ela
poderia ir embora e, ante nossos olhos, aquela mulher que, duas horas antes,
entrou toda torta no terreiro, saiu andando normalmente.
Todos respiraram aliviados.
Posteriormente, soubemos que aquela mulher havia
chegado a nossa casa acompanhada por dezenas de entidades, o que causou enorme
desgaste em nossos guias para poderem realizar aquele trabalho.
Atônitos, perguntamos o que ela fez para merecer
tanto empenho inferior e nos foi respondido que era uma mulher muito ambiciosa
e invejosa e que para conseguir satisfazer seus desejos, pulava de casa em
casa, dessas que não se importam em fazer o mal, prometendo o que tinha e o que
não tinha às entidades, igualmente inferiores, para realização de seus desejos
mais insanos.
Conseguiu algumas coisas, outras não. Mas, em
todo caso, nunca “pagou” o que prometera às entidades.
Não há perdão entre espíritos dessa classe. Eles
são incapazes de sentir compaixão pelo outro. Só a lei do “quem pode mais”
vigora e, quem promete, deve pagar...
*
Soubemos, posteriormente, que tão logo adentrou
o carro para ir embora, essa senhora virou-se para uma amiga que a aguardava e
disse em alto e bom tom:
- Eu não presto. Mereço tudo de ruim que
acontece comigo... E, se precisasse, faria tudo de novo.
Nunca mais a vimos.
Leonardo Montes
Leonardo Montes
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